O PT – partido dos trabalhadores e todos os seus aliados sindicalistas, socialistas, comunistas, como também aqueles partidos oportunistas e corruptos, aqueles que aspiram apenas se aproveitar do poder, com destaque para o PMDB, não foram capazes de perceber e entender as dramáticas mudanças políticas, sociais e tecnológicas que estavam e ainda estão se desenvolvendo no mundo. Desde que assumiram o poder em 2003, não foram capazes de aproveitar o excelente estado da economia brasileira que herdaram do governo do PSDB, com inflação controlada e moeda absolutamente estável, para implantar reformas no ainda arcaico sistema burocrático, fiscal e tributário brasileiro, reformas que teriam criado um ambiente mais favorável aos negócios, que teriam atraído investidores internacionais de peso e qualidade para todos os segmentos da economia, e assim, lançado as bases de um país rico e potente que teria fornecido a população empregos de qualidade e reduzido drasticamente à desigualdade social de forma consistente. Perderam a oportunidade histórica, ainda no primeiro mandato do governo Lula, no período mágico de crescimento da economia mundial, para atrair parte dos bilhões de dólares que seguiram para China e Índia que cresciam a taxas anuais elevadíssimas de 10% e 7 % do PIB, respectivamente. Não foram capazes de compreender os benefícios que o processo de privatização do governo FHC forneceu ao país, lançando as bases para um alto grau de crescimento e eficiência técnica, com destaque para áreas de telecomunicações e siderurgia. Não foram capazes de perceber que a eliminação de empresas estatais e de bancos públicos ineficientes e deficitários, extremamente danosos ao país, havia retirado o peso de parasitas que puxavam o país para traz. Não souberam reconhecer os benefícios de leis modernas e atualizadas, como por exemplo, a lei de responsabilidade fiscal que eliminou a “farra” de gastos antes adotada por governantes irresponsáveis e corruptos. Ao invés de prosseguir com um projeto vencedor que viabilizou a chegada do próprio PT ao poder fizeram justamente o contrário.
Visão limitada do mundo
Com sua visão míope, arcaica, sindicalista, comunista e retrógrada dos anos 60 os petistas se empenharam em reinstalar o ultrapassado sistema estatal, não competitivo, não criativo e caro, que emperra o desenvolvimento do país. Com sua visão limitada do mundo apoiaram regimes retrógrados, esquerdistas, comunistas e bolivarianos da América Latina, assim como apoiaram regimes de outros países totalitários, como Cuba, Angola, Irã, Coréia do Norte e Líbia se colocando ao lado do que havia de pior e fracassado no mundo, criando assim sérias dúvidas entre as democracias ocidentais, nos investidores e empresas idôneas, quanto ao risco de se aproximar e investir no Brasil. Ao trilhar o caminho da estatização e do inchaço da máquina pública com milhares de companheiros incompetentes, que só precisaram da carteira do partido ou dos sindicatos para assumirem cargos importantes e estratégicos, lançaram as bases da corrupção “PTralha” que vem assolando terrivelmente o país. Com sua visão deturpada das forças do mercado, tentaram manipulá-lo, privilegiando algumas empresas de infraestrutura nacionais: “as amigas do rei” lhes concedendo sob uma falsa concorrência os melhores contratos com empresas públicas, inflando os preços e recebendo em retorno propinas milionárias, vultosos recursos, disfarçados de doações legais ao PT e também ilegais, aqui e no exterior, e por meio de pagamento de fornecedores de campanha política sem que isso passasse pelos registros públicos. Com sua visão absolutamente distorcida da democracia procuraram utilizar estes recursos ilegais para se eternizar no poder, pisoteando leis e destruindo por meio de mentiras as reputações de qualquer um que se atrevesse se colocar em seu caminho. Para garantir superioridade financeira e imunidade judicial procuraram aparelhar o Estado, bancos e empresas públicas e até o sistema judiciário com pessoas de sua confiança. Para garantir superioridade política utilizaram o programa bolsa família ou “bolsa esmola” como forma de comprar votos dos mais pobres temerosos de perder seus benefícios. Não houve interesse algum em incluir estas pessoas por meio de cursos profissionalizantes, ensinando-os a pensar e a caminhar com as próprias pernas para se tornarem independentes e garantirem seu sustento de forma autônoma e digna. Auxílio permanente deveria ter sido dispensado apenas aos miseráveis e incapazes.
Por todos estes motivos os “ptralhas” merecem a denominação de organização criminosa, que poderosa como é será muito difícil de ser desmantelada. O mal é forte como uma doença cancerosa. Todo processo democrático, judicial e legal é muito lento para desarticular e desalojar criminosos poderosos instalados no poder que se beneficiam de leis ingênuas que lhes dão ampla oportunidade de defesa e, que também se utilizam de advogados muito bem pagos com recursos públicos roubados para se defenderem.
Quarta revolução industrial
O mundo passa por mudanças tecnológicas fantásticas e estamos atrasados como sempre em quase tudo. A visão arcaica do governo federal do partido dos trabalhadores colocou foco na exploração econômica de recursos naturais não renováveis, ao invés de incentivar o conhecimento científico e tecnológico que nos permitiria avançar a passos rápidos em todos os segmentos. As Potências Ocidentais e a China estão analisando quando e como instalar bases em Marte, e nós ainda não conseguimos nem mesmo lançar e colocar um mísero satélite em órbita com nossos próprios recursos. Deveríamos nos concentrar em desenvolver tecnologias de inteligência artificial, robótica, impressão em 3D, nanotecnologia, biotecnologia, pesquisa espacial, tecnologias digitais, hardware, software, energias renováveis solar e eólica, pra citar apenas alguns campos. O domínio, ou pelos menos a vigorosa participação em todos estes campos, combinado com os recursos naturais existentes alavancariam o país e nos dariam uma vantagem competitiva fantástica. Estamos vivendo uma época de incríveis avanços científicos com mudanças de paradigma na forma de ver, entender e compreender o mundo. Estamos assistindo o surgimento de novos modelos de negócios e a transformação da forma como produzimos e consumimos os bens, com tremendos impactos no mercado de trabalho e também na forma como nos comunicamos. Estamos vivenciando a quarta revolução industrial. Mas como avançar nestes campos com um governo arcaico, incompetente, que olha para o mundo como se estivesse nos anos 60 tentando implantar um misto de republica populista, sindical e comunista?
Reforma do sistema político
Para conduzir e superar as dificuldades destes tempos desafiadores o país precisa reformar o sistema político brasileiro. Precisa reduzir os privilégios dos políticos, tanto financeiros quanto o excesso de direitos, inclusive o foro privilegiado que lhes concede vantagens excessivas muito acima de um cidadão comum. Precisamos de políticos habilidosos, competentes e psicologicamente preparados para enfrentar os desafios de conduzir o país. Precisaremos rever o perfil e as qualificações exigidas para que alguém se apresente e se candidate a cargos políticos, como forma de minimizarmos o risco de infiltração de criminosos e incompetentes que estão sempre dispostos a subverter a democracia e a ocupar os cargos que lhes dão poder. Reformar a forma como escolhemos as nossas próprias lideranças é um desafio enorme, que dependerá de muita mobilização popular para ser alcançado e que nos permita criar as bases de um sistema político digno e viável para dar direção apropriada ao país. Se o Brasil não superar definitivamente as forças do atraso e da ignorância corre o sério risco de se eternizar como país periférico e inexpressivo, eternamente exposto a criminosos e sujeito a sérias convulsões sociais de resultados imprevisíveis.
Raimundo Oliveira
Cientista Social